Quem tem acima de 60 anos está mais vulnerável à diminuição da função da tireóide.
Cansaço, queda de cabelo, pele seca e perda de memória são alguns dos sintomas causados pelo seu mau funcionamento.
Os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) liberados por ela respondem pelo equilíbrio do metabolismo, ou seja, regulam o conjunto de reações que asseguram as funções vitais e os processos bioquímicos do corpo.
Quando os níveis desses hormônios estiverem baixos no sangue, o organismo funciona lentamente, é o hipotireoidismo. Ganho de peso (em parte por retenção de líquido) associado com apetite reduzido e intestino preso pode ser sintoma.
Uma em cada cinco mulheres apresenta, após os 50 anos, problemas de hipotireoidismo – algumas manifestações da doença são confundidas com as da menopausa.
Na terceira idade, o ideal é realizar exame anual para investigar a existência da disfunção tireoideana, em mulheres e homens.
A detecção pode ser feita por meio de ultra-som da glândula e de exame de sangue para avaliar a dosagem do hormônio TSH – produzido pela hipófise e relacionado aos hormônios tireóideos.
A confirmação da doença em familiares, através de exame, serve de alerta, pois os males da tireóide tendem a ser hereditários.
Em geral, o distúrbio é pouco sintomático. Quando diagnosticado, o tratamento é simples e eficaz contra sintomas, como sonolência, diminuição da memória e baixa tolerância ao frio.
Outras manifestações são:
– pele seca, pálida e fria
– enfraquecimento do cabelo e sobrancelha
– dor muscular e nas articulações
– unhas finas e quebradiças
– diminuição na quantidade de suor
– acúmulo de água no tecido subcutâneo (inchaço)
– rouquidão e aumento de ronco
– letargia
Quadros de depressão são comuns. Arritmias cardíacas, pulso lento, frequência cardíaca diminuída, elevação nos níveis de colesterol e triglicérides podem surgir. Já o bócio (papo), isto é, o aumento da tireóide pode ou não estar presente.
Doenças cardíacas, infecções, infertilidade e abortamento são outras conseqüências. A complicação mais grave e rara do hipotireoidismo é o mixedema que pode levar ao coma, por meio da queda da pressão sanguínea, do açúcar no sangue e da temperatura.
A inflamação da tireóide é causa comum de hipotireoidismo e a Hashimoto (doença auto-imune que faz o corpo atacar a glândula), forma freqüente de tireoidite. Nas mulheres, sua incidência aumenta proporcionalmente à elevação de idade.
O tratamento é feito com comprimidos de hormônio tireóideo, o qual a glândula está incapaz de produzir em quantidade suficiente.
O hipotireoidismo é o inverso do hipertireoidismo, quando a tireóide acelera e produz em excesso os hormônios T3 e T4. Insônia, taquicardia, evacuações frequentes, perda de peso abrupta, irritabilidade, intolerância ao calor e falta de concentração caracterizam o distúrbio.
Outros sintomas são:
– perda de peso apesar do apetite exagerado
– sede excessiva
– ansiedade
– sudorese
– cãibras musculares
– pele úmida e avermelhada
– o cabelo se fragiliza
– retração palpebral (olhos com aspecto arregalado)
– presença de bócio (papo)
– fraqueza
– náuseas e vômitos
– tremor nas mãos
– pressão sanguínea alta
– dor nos ossos
– insônia
– falta de ar
– visão dupla
Mais um efeito da doença é a osteoporose em mulheres, após a menopausa. Antes, alterações da menstruação e comprometimento da fertilidade podem abater o sexo feminino.
A Doença de Graves, quando o organismo produz anticorpos que atacam a glândula, é causa comum de hipertireoidismo.
Tal estado pode ser gerado também pela presença de nódulo na tireóide, que produz muito hormônio; por uma destruição dela (tireoidite), liberando hormônio estocado; ou pela presença de anticorpos que anormalmente a estimulam.
Dentre as principais complicações do hipertireoidismo estão as cardíacas. Antigamente, a taxa de óbito da doença superava 50%. Agora, com a existência de combates eficazes, a morte é rara. O tratamento varia dependendo da causa e da gravidade dos sintomas. Pode ser feito com medicamentos, iodo radioativo ou cirurgia.
Os sintomas são corrigidos em semanas. Mesmo com seus desaparecimentos, o tratamento de reposição hormonal deverá ser feito por toda a vida. Com a interrupção do medicamento, recaídas são freqüentes.
Se a doença estiver no início, o controle fica facilitado e a pessoa ganha em qualidade de vida.
Consequências em crianças
Causado pela produção baixa ou mesmo nula do hormônio tireóideo, o hipotireoidismo congênito é considerado a causa mais comum de retardamento mental evitável, já que tem tratamento.
Ao incidir na vida fetal, o recém-nascido pode vir a apresentar comprometimento da evolução cerebral, se não tratado nas primeiras semanas de vida.
Para descobrir a doença, basta a realização do teste do “pezinho”, que analisa a função tireóidea do recém-nascido.
O hipertireoidismo, outra disfunção da tireóide, pode levar, por exemplo, ao prejuízo do aprendizado devido à diminuição na capacidade de fixar atenção.
A tireóide é responsável pela produção de hormônios importantes em qualquer época da vida. Nas crianças, eles são fundamentais para o desenvolvimento físico e da inteligência.
Cuidando bem, o portador vai crescer com saúde e inteligência. O tratamento é feito com levotiroxina sódica.
Sobre o Bócio
O bócio, crescimento do tamanho da região anterior do pescoço, onde fica a tireóide, tem como causa comum a carência de iodo, componente químico usado pela glândula para produzir hormônios. A adição de iodo ao sal de cozinha, nos últimos anos, procura resolver a insuficiência na dieta.
Caso se dê o aumento de papo, com níveis hormonais normais, o tratamento é desnecessário.
Mas mesmo com a quantidade adequada de iodo, a glândula pode crescer como decorrência de doenças como tireoidites e câncer de tireóide.
Formato borboleta
Com formato semelhante à letra H ou ao de uma borboleta, com dois lobos (direito e esquerdo) unidos por um istmo, na parte anterior do pescoço, a tiróide tem sua produção hormonal regulada pela hipófise, através do hormônio TSH (tireoestimulante).
A hipófise (glândula endócrina na base do cérebro) depende da ação do TRH produzido no hipotálamo, que integra o sistema neurológico.
A regulação deste sistema é feita pelos níveis sanguíneos de T3 e T4. Quanto menos hormônio tireóideo há disponível, mais TSH é produzido e vice-versa.
Pais e avós
No formato de história em quadrinhos, esta cartilha é uma ferramenta muito útil para pais e todos os envolvidos com a saúde neonatal.
Informações (11) 3032 3090 www.indatir.org.br
Instituto da tiróide
O Instituto da Tiróide é uma instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo principal disseminar informações confiáveis e acessíveis para o grande público sobre a tireóide e os problemas de saúde a ela relacionados. Também contribui para o desenvolvimento das ciências médicas nas áreas de pesquisa, assistência médica, clínica e cirurgia da tireóide.
Instituto da Tiróide (11) 3032 3090 www.indatir.org.br
As informações foram obtidas na publicação “Noções básicas sobre a glândula tireóide”, editada pela Clínica Prof. Geraldo Medeiros e na cartilha “Câncer de Tiróide”, do Instituto da Tiróide.
Publicado originalmente na edição 1 impressa do Guia da 3a Idade

