Todos estamos matriculados na escola da vida,
onde o mestre é o tempo
…
Não lamente o que podia ter e se perdeu
por caminhos errados e nunca mais voltou…
…
Nasci em tempos rudes. Aceitei contradições,
lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo.
Aprendi a viver…
…
Cora Coralina, doceira, Intelectual do Ano (1983)
Cora Coralina aos 70 anos de idade foi aprender datilografia para conseguir enviar suas poesias aos editores. Aos 75 anos publicou o seu primeiro livro. Viveu até os 95 anos deixando um “legado de luta, resistência e amor à vida”, registrou o “Correio Brasiliense” quando se completaram os 30 anos da sua morte.
Consagrada como uma das mais importantes escritoras brasileiras, Cora Coralina cursou apenas até o 3º ano primário e sempre teve uma vida atribulada: viúva e com cinco filhos (o sexto morreu ao nascer), mudando várias vezes de cidade, tinha uma pequena floricultura quando resolveu empreender ao abrir uma pensão e preparar as refeições. Ainda foi vendedora de livros e tecidos, voltou ao comércio de flores, árvores e hortaliças, fazia linguiças caseiras. Aos 67 anos passou a residir em Goiás, na Casa Velha da Ponte. Os visitantes se encantavam com sua prosa amigável e eram recebidos com os doces e quitutes que lhe conferiram grande prestígio.
Vivendo sempre longe grandes centros, sua importante obra poética está focada no cotidiano do interior brasileiro, os elementos folclóricos, principalmente os becos e ruas históricas da Cidade de Goiás.
Descobriu como a simplicidade pode ser o caminho para desvendar as riquezas da alma.
Foi a primeira mulher a conquistar o Prêmio Juca Pato em 1983 (Intelectual do Ano)..”.. sempre nos passou a lição de coragem e otimismo”, observa sua filha caçula Vicência Brêtas Tahan, autora do livro biográfico “Cora Coragem Cora Poesia”.

